Na nossa cultura ocidental, temos o conceito de que quando o bebê pede muito contato com a mãe, estaremos mimando,estragando seu comportamento. Então ele tem que aprender a dormir, descansar, brincar sozinho e a ficar exposto a longas horas de solidão.
Segundo Ana Freud, ”é uma necessidade primitiva da criança ter um contato íntimo e quente com o corpo de outra pessoa ao adormecer”. Sendo assim, aquele bebê suplicando à mãe que fique ao seu lado ou fique com ele até dormir não desfruta desta necessidade para não se acostumar com a situação. No entanto, vale a pena este contato tão especial, um abraço apertado, uma massagem, uma historinha (pode ser a história de seu nascimento,como ocorreu,como estava o dia,etc.) ou um aconchego nas cobertas. Isto trará uma sensação de segurança para o bebê.
Entretanto, tudo isto dentro de um limite que também não crie um sentimento de dependência emocional, já que temos o hábito de ficar em um dos pólos: ou no de menos, ou no de mais. Busquemos o do meio. Cada mãe pode perceber onde encontrar o exagero do menos ou do mais.
“Os bebês precisam de tão pouco, precisam de calor, seio, leite, toques amoroso. Isso é realmente tudo, nada mais. Se estas coisas forem satisfeitas, poderemos ter bebês mais felizes”, diz Eva Reich. Não os estragamos, pelo contrário, fornecemos tudo o que precisam desde o início.
Bibliografia: Montagu.A. “Tocar: o significado humano da pele”. São Paulo: Summus. 1988.
Por Fátima M. Consoni